Processos nem sempre são mais importantes

Metodologias ágeis.

Elas são sem dúvida uma grande contribuição para superar os desafios de um mercado ávido por respostas imediatas, certeiras e inovadoras. Chegar à frente dos concorrentes sempre foi uma vantagem competitiva, que parece ter uma relevância e robustez ainda maior, dada a velocidade das informações, das crises econômicas, das inovações que constantemente assolam o mercado, e que por vezes destroem uma indústria inteira, fazendo nascer uma nova, com potenciais ainda maiores, mais abrangentes e……rápidas.

Muito se investe na adoção e no aprendizado das metodologias ágeis, impulsionadas pelos fatores citados acima, porém nota-se que mesmo com as metodologias em pleno voo, muitas empresas não conseguem a performance que desejavam.

Tenho algumas hipóteses para este dilema:

  1. As expectativas foram criadas fora de contexto, talvez altas demais;
  2. Aposta-se em um único cavalo para se ganhar a corrida;
  3. Não se observa pessoas, seus contextos, potenciais e limitações;
  4. Cultura organizacional ignorada, como elemento fundamental para superação de desafios e concretização de projetos;
  5. Foco em tarefa, não em engajamento;
  6. Ambientes tóxicos, hostis;
  7. Competitividade levada a um patamar inaceitável;
  8. Má interpretação ou aplicação da metodologia;
  9. Crença de que metodologia resolve tudo.

De todas elas, apoio-me na questão da cultura organizacional e nas relações humanas prementes nas organizações. Como de hábito, e salvo algumas honrosas exceções, a dimensão humana é deixada de lado, como se não tivesse relevância alguma. E é justamente ai que vejo em minhas mentorias que o bicho pega. Parece uma incoerência não se alcançar tudo aquilo que a metodologia (seja qual for) promete. Afinal, seguimos o passo a passo, implementamos todas as fases, treinamos as pessoas…..mas a coisa não acontece.

Insisto: Toda e qualquer movimentação que provoque mudanças nas empresas DEVE considerar o elemento humano, e coloca-lo no centro do processo, para que este faça efetivamente parte dele, interagindo e respondendo a todas as demandas oriundas do próprio fazer.

Em resumo, não se promove uma mudança de forma consistente e rápida apenas com processos. É preciso, obrigatoriamente, haver um envolvimento desde o início do projeto das pessoas que vão fazer com que ele aconteça. Caso contrário o insucesso virá, e rápido.

Obrigado pela leitura

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