Que tal jogarmos fora o jargão empresarial que tanto amamos? Inúmeras vezes, ouvimos ou falamos sobre “gestão de pessoas” como se estivéssemos discutindo uma planilha Excel – algo que pode ser alterado, ajustado e otimizado com alguns cliques. Entretanto, peso que pessoas não são células de planilha. Pessoas são complexas, imprevisíveis e únicas. Então, como podemos falar em “gerir pessoas” quando, na realidade, o que precisamos é compreendê-las?
A ideia de gerir implica em controlar, em ter as rédeas da situação. No entanto, quando se trata de seres humanos, esse controle é uma ilusão. Cada pessoa carrega consigo um universo de experiências, emoções, motivações e expectativas. Tentar “gerenciar” isso é como tentar segurar água com as mãos – escapa por entre os dedos.
Mas então, o que podemos fazer? A resposta é simples e complexa ao mesmo tempo: compreender. Em vez de gerir, precisamos aprender a compreender as pessoas com quem trabalhamos. Isso significa ouvir ativamente, observar, e mais importante, demonstrar empatia. Significa reconhecer que cada membro da sua equipe é um indivíduo com necessidades, desejos e desafios próprios.
E essa compreensão não se limita aos outros; estende-se a nós mesmos. Afinal, para que seja possível compreender o outro, precisamos nos compreender. E duvido que todos nós aqui façamos isso. Não gerenciamos a nós mesmos no sentido tradicional. Somos uma amálgama de pensamentos, sentimentos e contradições. Nossa jornada de autoconhecimento é contínua e evolutiva. Compreender a si mesmo é o primeiro passo para compreender os outros.
Nesse processo de compreensão, a comunicação assume um papel crucial. Comunicar-se de forma eficaz não significa apenas transmitir informações, mas também ouvir, interpretar e responder às necessidades e feedbacks dos outros. Significa abrir espaço para o diálogo, para que todos se sintam ouvidos e valorizados.
Por fim, é importante lembrar que esse não é um processo com um destino. A compreensão é um caminho contínuo, repleto de aprendizados e descobertas. À medida que as pessoas crescem e mudam, suas necessidades e motivações também mudam. Portanto, a compreensão requer paciência, flexibilidade e, acima de tudo, humanidade.
Então, da próxima vez que você pensar em “gestão de pessoas”, lembre-se: o que realmente estamos fazendo é tentar compreender e conectar seres humanos. E isso é muito mais poderoso e gratificante do que qualquer planilha Excel poderia ser.
Convido você a refletir sobre isso e compartilhar suas experiências. Como você tem trabalhado para compreender as pessoas à sua volta? Como isso tem impactado suas relações profissionais e pessoais? Vamos abrir um diálogo sobre compreensão, em vez de gestão. Porque no fim das contas, são as conexões humanas genuínas que nos movem para frente.
Obrigado pela leitura!
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