Será que o Marxismo estava correto? – Movimento antitrabalho

Calma, calma. Aos mais afoitos, este não é um texto defendendo ou condenando o Marxismo. Por favor, se você não consegue sequer ouvir falar a respeito, não continue a leitura pois a idéia aqui não é polarizar entre “dois lados”.

Surge nos EUA uma onda de auto demissão em massa, iniciado pela classe trabalhadora que já não suporta mais as condições gerais oferecidas pelas empresas. Mesmo dependendo de seus rendimentos, como todo mundo neste planeta, pessoas com longas carreiras estão pedindo as contas de seus empregos, e (quase) ninguém está se candidatando para tomar seu lugar.

Uma personagem dessa história chama-se Kit Stoll, de 21 anos, que se demitiu do posto de barista em um café em Nova Jersey, em 22/11/2021. Stoll vinha efetivamente suportando seu emprego, no qual permaneceu por cerca de um ano. Lá ela sofria frequentemente diversos abusos, como broncas aos gritos da chefia, baixo custo-benefício entre muito trabalho e pouco salário, entre outras aberrações.

O caso dela, emblemático, soma-se a vários outros episódios de abusos no trabalho, com casos de pessoas que foram convocadas a trabalhar no dia do próprio casamento ou na hora do velório da bisavó. Trabalhadores que receberam advertências por irem duas vezes ao banheiro em cinco horas de turno ou que foram demitidos por chegarem atrasados após uma sessão de hemodiálise ou de quimioterapia.

São pessoas que mesmo precisando do dinheiro – como Stoll, que vive com os pais e reduziu seus gastos ao mínimo – resolveu usar parte das economias e ficar fora do mercado de trabalho por ao menos um tempo.

O mercado está analisando este movimento como algo duradouro e preocupante. Por um lado, temos as automações de trabalho, que dão as mãos à lógica da maximização de lucro, até agora obtido essencialmente pela literal escravização das pessoas, e por outro lado há uma demanda a ser criada, que deve ser sobretudo possível.

Sim, se este número de pessoas que se demitem se avolumar, me parece evidente que o consumo caia, ao mesmo tempo que a produção aumente, e aí temos o paradoxo deste nosso mundo moderno. Os modelos de gestão que admiramos e copiamos cegamente está chegando ao seu limite, dando sinais de esgotamento. É claro que os efeitos não devem ser percebidos de imediato, mas ao persistirem os sintomas……procure um médico, ou outro médico, que te dê uma nova perspectiva dessa doença que assola a tanta gente. O banco Goldman Sachs produziu um relatório em que aponta que a falta de trabalhadores nos EUA pode ser um “fenômeno de longo prazo” e representar uma ameaça ao crescimento da economia americana.

A Forbes publicou um artigo que dizia que a “grande demissão”, como também tem sido chamado o fenômeno, “é uma revolução dos trabalhadores”, “um levante contra chefes ruins e empresas surdas aos seus funcionários, que se recusam a pagar bem e tiram vantagens deles”.

Esse foi o mote para o título deste post, que pretendia chamar mesmo sua atenção. Se você chegou até aqui, obrigado. Sinal de que você está antenado e aberto para o que acontece ao seu redor, sinal de que você é um forte candidato(a) a estar à frente das mudanças necessárias na gestão das empresas.

Obrigado por sua leitura.

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