Quem define seus objetivos?

Vejo com muita frequência em minhas mentorias executivas e em publicações nas redes sociais como os profissionais ressaltam o alcance de algum patamar, premiação ou reconhecimento em suas jornadas. São seguramente todos justos – não tenho a menor dúvida disso – pois são baseados em uma determinada evolução e em uma determinada direção, atendendo quase sempre a um desejo e necessidade que não necessariamente seja a do portador desse resultado.

Já parou pra pensar nisso?

Voce agora foi coroado/a com um título qualquer. Algo que em sua vida pessoal pode não fazer a menor diferença ou sentido, exceto pela alimentação do seu ego, o que novamente me parece justo e legítimo. Mas a pergunta é: O que acontece no dia seguinte? Como sua vida se desdobrará dali pra frente? Vejo uma relação em que inconscientemente terceirizamos nosso próximo passo, nosso gol, nossos objetivos. Em que medida você acredita de fato que ser eleito “o melhor vendedor do mês” te trará alguma rusga de felicidade? Esse troféu baseia-se em uma determinação externa, que atende a um desejo externo, e que geralmente beneficia alguém que não você.

Claro que somos guiados por desafios, superações e conquistas. O ponto não é esse, e sim o quanto nos movemos por algo que não é nosso. Nesse sentido elegemos heróis que mal conhecemos, definimos mártires a serem seguidos que nunca nem vimos e tampouco conhecemos sua história, e vamos replicando frases feitas, anúncios fáceis e inquestionáveis.

Não faça isso com você. Seja legítimo e autêntico com você mesmo. Só assim será com os outros. Tanto se fala de liderança, e nessa esteira expõe-se uma espécie de “gabarito” no qual você deve se enquadrar, em uma tentativa de pasteurizar tudo aquilo que nos rodeia, sem a necessidade de fazermos uso do pensamento crítico, do enriquecimento de nosso arcabouço e repertório para que nossas decisões sejam…..nossas.

Uma titulação, seja qual for, demanda por algum grau de dificuldade. Essa é uma lógica que nos é imposta justamente para celebrarmos o momento de sua conquista. Afinal, se é duro e difícil e é um jogo em que alguns ganham e outros não, está ai a beleza da conquista: A escassez. Somos envoltos na sensação ilusória de que superamos algo e que atingimos nosso desejo. Reforço que essa condição pode sim ser verdadeira, mas novamente te convido a refletir: É de fato esse o seu caso, ou você apenas precisa sobreviver no meio competitivo das corporações?

Quantas vezes você foi questionado sobre a sua (a SUA) felicidade, plenitude e desejos?

Apenas reflita.

Obrigado pela leitura!

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