Liderança é um tema recorrente. Fala-se a todo instante a por todos os cantos sobre este tema, e seguramente não é à toa. Vivemos mudanças intensas, frequentes e muito impactantes, e este cenário impõe metodologias ágeis, tecnologia aplicada ao negócio cada vez mais flexível, e modelos de gestão e de liderança que façam frente a esta demanda.
Como ter grupos operativos que consigam responder no tempo e na precisão da qual as organizações estão sujeitas? Como alinhar, realinhar, agir e reagir tendo como elemento de prática os grupos?
Se considerarmos que este cenário de profundas mudanças vai se acentuar nos próximos anos, a ênfase na liderança faz todo sentido, afinal as mudanças são criadas por pessoas, e pessoas dão cabo de atende-las. Também são pessoas que consomem. Algo bastante óbvio, você pode dizer, e eu concordo integralmente com você. Mas penso que, no sentido inverso da evolução tecnologia, dos hábitos de consumo e da mudança comportamental que estamos assistindo, as habilidades humanas são cada vez mais relevantes. Ou seja, se por um lado as “hard skills” crescem e se inovam, cada vez mais as “soft skills” são mais necessárias.
Para reforçar esta visão, compartilho a contribuição valiosa de um autor contemporâneo que não à toa tem tido grande destaque no cenário mundial, que é o Yuval Harari. Segundo sua visão, quatro serão as competências desejadas para este líder do futuro, a saber:
- Comunicação;
- Colaboração;
- Pensamento Crítico;
- Criatividade.
Observe que ele trata de competências futuras, projetadas como sendo as desejadas e ideais pelo mercado dentro de uma linha do tempo. Observe também que todas essas competências residem no que chamamos de “soft skills”, ou seja, competências que são essencialmente caracterizadas como de natureza comportamental. Assim sendo, parece-me coerente pensar que demandem por um ambiente propício ao seu desenvolvimento, uma vez que seu aprendizado se dá na prática, na base andragógica da transmissão de conhecimento.
Digo isso pois considero ser o papel da liderança a construção do futuro, a partir de hoje. Criar tais elementos com nenhuma ou pouquíssimas referências do passado torna-se um grande desafio que só pode ser superado quando trabalhado de forma harmônica no ambiente coletivo. Chamo também a atenção do amigo leitor para o fato de que os elementos apontados pelo Harari demandam, em sua grande maioria, da interconectividade, do inter-relacionamento. É, portanto, necessária sua construção em bases sólidas, visto estarmos cada vez em ambientes cuja previsibilidade seja muito menos possível do que era há pouco tempo.
Dispor de ambientes que acomodem o erro, que subjuguem estruturas hierárquicas rígidas, que compartilhem as decisões e suas responsabilidades, e que tenham processos e práticas de comunicação clara, transparente e sobretudo honestas reforçam as possibilidades da construção do líder do futuro, e da solidificação das competências acima citadas. Não apenas o fim, mas toda a jornada é de extrema importância de ser observada e de ser considerada como passível de mudanças bruscas, repentinas e frequentes. Esse é o mundo no qual vivemos.
Espero que tenha gostado da leitura.
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