Equipes ágeis, empresas ágeis: A inovação é para você, para sua Empresa?

Olá,

Muitos já disseram sobre o desprendimento de energia que se demanda em qualquer processo de mudança. Ela é elemento mandatório para nos locomovermos e para fazermos algo além do que consideramos como necessidade básica, como nos alimentar por exemplo.

Os neurocientistas discorrem sobre este processo. Afirmam que nosso cérebro foi constituído a partir das savanas africanas, e que portanto só nos movimentávamos em caso de real necessidade, e de alcance imediato. Novamente, comer, caçar, fugir, beber….necessidades básicas fundamentalmente.

O mundo evoluiu e nossos instintos talvez mantenham ainda a raiz de sua construção. Mudar e inovar continua sendo em boa parte desconfortável. Encontra na percepção de mundo e na auto percepção barreiras muitas vezes insuperáveis dentro da jornada inovadora que se deseja tanto. Queremos e esperamos, mas nem sempre colaboramos. Não conseguimos entender ainda que somos parte efetiva de um ecossistema que se auto regula e se auto ajusta de forma cada vez mais dinâmica e profunda. É o tal do mundo V.U.C.A. Falamos sobre ele como algo distante, que só alcança e atinge o vizinho, nunca a nós. Mas isso não é verdade, e talvez saibamos disso.

Em minha atividade, tenho a oportunidade de observar o mundo corporativo, em especial empresas de médio porte, e deparo-me com o desafio de ajuda-los a promover mudanças, mas com a permissão, nem sempre expressa, de que não se mude a forma como sempre fizeram as coisas. Eis um dilema básico.

Entendo que mudar seja de certa forma romper. Romper com processos antigos, modelos antigos, produtos que já não tem aceitação no mercado, romper com conexões – humanas inclusive – tóxicas. Entretanto, romper apenas não basta. É preciso construir o novo, o que entra no lugar. E para isso é preciso inovação, ter como elemento fundamental um modelo de gestão que pressuponha a colaboração efetiva de todo ecossistema, a adoção de modelos ágeis em todos os níveis possíveis, e na reconstrução da organização como um todo, mas com um ritmo adequado, pois não se pretende tampouco se sugere romper de forma abrupta todo um conjunto de práticas e valores criados ao longo de anos. Processos de mudança geralmente não ocorrem do dia para a noite.

Coragem, determinação e disposição ao auto conhecimento são fatores essenciais para que se tenha uma transição agradável, construtiva e de efeito sinérgico: Entende-se que os líderes são parte integrante das equipes, diferentemente da visão mais tradicional em que o organograma diferenciava e distanciava os líderes dos demais, como se isso fosse retrato de uma realidade.

A mim me parece que esta percepção caiu por terra já há algum tempo, mas ainda em poucas organizações, e penso que um dos fatores para que isso ocorra seja o fato de que a mudança interna, a nossa, seja bem mais complexa do que aquele que impomos aos demais. Deixar de culpar quem quer que seja faz com que o observador se torne o observado, e é ai que a força de um time integrado e coeso mostra seu valor.

Se pode fazer isso com a gente, imagine com a sua empresa.

Obrigado pela leitura!