Palavras muitas vezes compreendidas como sinônimos, conflito e confronto trazem conceitos bem diferentes.
Conflito refere-se a uma discordância de pensamento, de posições, posturas, interesses. É um embate que se dá no campo das idéias, das proposições. Normalmente o conflito surge quando há a necessidade de escolha entre situações que podem ser consideradas incompatíveis, e por este motivo entende-se que seja de muita relevância e de alto valor para as organizações.
Conflito com respeito cria novas possibilidades, novos caminhos e idéias que normalmente não surgiriam se tudo fosse uma “calmaria” aonde todos concordam com todos, em nome de se manter uma suposta harmonia entre todos.
Esta condição de “calmaria” traz como consequência o menor desgaste pessoal e coletivo e menor produtividade, ao mesmo tempo que a inovação, o pensamento crítico, o poder de argumentação e a colaboração ficam no meio do caminho, pois demandam do embate produtivo de idéias.
Já o confronto remete a briga pela briga, a oposição, não mais por uma causa. Vai-se para a luta e busca-se uma vitória, em uma relação aonde o outro lado precisa necessariamente perder. Nesta condição, aliás, ninguém ganha.
O conflito por sua vez tem diferentes origens e estímulos. Empresas que se fundem, colaboradores de nacionalidades e culturas diferentes, idades distantes, start-ups, objetivos pessoais distintos, etc. são palco propícios a maior manifestação de conflitos, pois oferecem os elementos básicos necessários para que ocorram.
Evidentemente existem outras variáveis que sugerem sua existência, e isso pode – e deve – ser observado, de maneira que seja possível tirar a melhor contribuição que ele pode dar para a organização e para todos.
Promover um espaço seguro para o conflito é definitivamente elemento chave para a promoção desta prática de forma sustentável, visto que ele se manterá no decorrer da existência dos grupos de trabalho, cuja essência é identificar e solucionar desafios cotidianamente, o que obviamente leva o grupo ao debate, se desejarem ter um diferencial estratégico frente ao mercado. O conflito é da natureza humana.
Espero que este texto ajude a você, líder, a olhar para o seu ambiente de trabalho, identificar se o que há diante de você é uma demanda por espaços colaborativos e portanto pela possibilidade de convívio com a diversidade, ou se sua equipe está calcada na disputa pelo confronto, pela hostilidade e ambientes paralelos.
Como sugestão, alimente o debate aberto, garanta sempre um ambiente em que a transparência e o respeito deem o tom da conversa, e que todos tenham esse mesmo entendimento, que todos concordem em discordar até o esgotamento do tema, e depois saírem para almoçarem juntos.
Muito se fala em diversidade e inclusão, e penso que ambientes propícios para a troca de ideias que sejam na essência diferentes convergem totalmente com esta demanda tão antiga e atual ao mesmo tempo.
Não se inclui sem se respeitar a diversidade, o que engloba a diversidade de pensamentos, de desejos, orientação sexual, religiosa, etc etc.
Pense em mensurar a integração de sua equipe, para que seu modelo de gestão e liderança possam ser mais assertivos, e para que toda sua equipe tenha maior engajamento, maior sinergia e colaboração.
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