Tanto faz. São acrônimos que para quem ainda não ouviu falar fazem referência a:
Brittle (Frágil)
Anxious (Ansioso)
Non-linear (Não linear)
Incomprehensible (Incompreensível)
Tem como objetivo resumir o mundo no qual vivemos, condensando as vertentes em uma visão quase que apocalíptica, aumentando ainda mais nossa ansiedade, porém fatos são fatos, e nossa leitura não se distancia tanto assim quando olhamos para nosso cotidiano, e mais ainda quando olhamos para o médio prazo.
V.U.C.A por sua vez é um outro acrônimo, e significa
Volátil
Uncertanty (Incerteza)
Complexidade
Ambiguidade
Perceba que pouca diferença se faz entre um acrônimo e outro. Pelo menos aparentemente estamos ainda falando do mesmo mundo, refém da velocidade das mudanças que ele próprio criou e disponibilizou para uma parcela substancial da sociedade.
Entre os diversos impactos que podemos perceber, vamos olhar para as organizações e seus modelos de liderança e gestão. Executivos e empresários passam a ter que lidar com uma quantidade substancialmente maior e inédita do que jamais experimentaram em suas vidas profissionais.
O mercado e o mundo B.A.N.I ou V.U.C.A impõem uma mudança na forma do pensamento, tirando-nos do pensamento linear, resultante dos modelos econômicos ainda vigentes para uma forma não linear, exponencial. Observe que citei modelos econômicos AINDA vigentes, ou seja, creio que ao passar dos tempos esse modelo, oriundo da revolução industrial perca seu espaço e relevância para os modelos em construção, os modelos exponenciais.
O pensamento linear pressupõe uma lógica com um começo, meio e fim absolutamente previsíveis, e com poucos atores envolvidos. Ao desenvolver um produto por exemplo, a equipe de engenheiros, projetistas e todos os profissionais capazes de adicionar valor ao produto eram contemplados, e assim direcionados. Foco no produto e nas características técnicas.
O pensamento exponencial por sua vez traz consigo variáveis complexas para serem consideradas, como a imprevisibilidade, a incerteza e a multiplicidade de atores nos processos. Tudo fica mais complexo neste sentido, mas muito mais rico e diria até mais divertido. No mesmo exemplo, o foco migra do produto para o consumidor, para o elemento humano, que agora está no centro do processo e que também é considerado em suas complexidades no processo como um todo, de maneira que trabalha-se com um leque muito maior de indivíduos na concepção e na elaboração deste mesmo produto, trazendo à tona conceitos de usabilidade, praticidade, ergonomia, custos e desejos para o time de desenvolvimento. Vai além do produto em si, e a experiência toma um vulto maior a cada dia. E isto para falar apenas de um exemplo simples, que é o desenvolvimento de um produto, entretanto este conceito se aplica a toda a organização e a todos os pontos de contato dela com seus clientes, colaboradores, parceiros, consumidores.
Parece algo muito simples, mas esta mudança de percepções impacta a forma como uma equipe é conduzida, engajada, motivada e como pode se tornar protagonista. Traz o erro como um elemento antes temido, como algo desejável, na medida em que é compreendido como elemento indicador de um processo de aprendizagem, esse sim contínuo e imutável.
As Mentorias executivas podem e devem apoiar os grupos gestores ao desafio de lançarem mão de seus modelos agora tradicionais e abrirem espaço para que novas estratégias sejam elaboradas, com foco e ênfase no ser humano. Não à toa que temas como este e a diversidade e inclusão estão sendo tão debatidos, e junto com E.S.G dão o contorno do que serão os efetivos diferenciais mercadológicos e sociais.
Penso que o mundo continuará a ser BANI e VUCA, ou qualquer outro acrônimo que venha a surgir. Mas não será como antes.
Isso é bom ou é ruim? Dê sua opinião!
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