Toda organização é composta por um grupo de pessoas. Esse grupo de pessoas se acomoda segundo um grande conjunto de variáveis, que podem ser desde a distribuição geográfica como por atividades comuns, ou mesmo por interesses diversos que são compartilhados.
O fato é que esta acomodação é um processo dinâmico e constante e que vai se alterando conforme as variáveis externas vão também se alterando. É uma combinação complexa, um jogo de xadrez. A psicologia social é uma ciência que atua neste contexto, e que define alguns conceitos que podem nos ajudar a entender melhor este quadro:
(*) Fonte: Mª PILAR GONZÁLEZ LÓPEZ
- Relações intragrupais:
- Trata da interação dos indivíduos dentro do mesmo grupo;
- Relações intergrupais
- Trata da relação entre indivíduos de grupos distintos.
- Relações interpessoais:
- Trata da interação dada entre dois indivíduos;
Vamos focar nestas três variáveis por ora. Parece-me que fica evidente haver um grande desafio para todos os profissionais, em especial aqueles que pretendem alcançar seus resultados através das pessoas e não apesar delas. Ao mesmo tempo em que fazem parte do grupo (em parte ou na totalidade), demanda-se de uma distância adequada para melhor observação e intervenções apropriadas diante dos desafios e dinâmicas que estes grupos apresentam.
O modelo acima nos permite transpor a visão para ecossistemas mais amplos e que incorporem os chamados “stakeholders”(indivíduos que participam ativamente do desenvolvimento de novos produtos, por exemplo, ou aqueles que interagem intensamente com nossos produtos e serviços, com nossa organização).
Esta perspectiva trás outros ingredientes para uma avaliação e atuação em ambientes sistêmicos, como é o caso das organizações e das relações que esta mantém com o mundo externo, à partir do que resulta de suas diversas e inúmeras dinâmicas internas. O emprego da empatia por exemplo é seguramente facilitado na medida em que a distância aqui proposta nos permite uma maior proximidade. Sim, parece ser controverso, mas é justamente este entendimento que faz com que nos descolemos das tramas internas e assim interagirmos de forma isenta e puramente idônea.
Cada vez mais vivemos em um mundo neural, aonde criamos inúmeras conexões, com inúmeros universos, que apresentam oportunidades e desafios quase sempre inéditos. É preciso quebrar paradigmas e modelos mentais para uma nova gestão, para um novo modelo de liderança que contemple sim os aspectos humanos. As pessoas produzem mais e melhor quando são consideradas no contexto em que estão (pertencimento). Tanto mais quando são estimuladas a inovação (tolerância ao erro). A habilidade de construir de forma colaborativa pressupõe também a quebra de antigos formatos em que a informação dá ao indivíduo poder. Esta maneira de tratar e lidar cai por terra na medida em que as relações neurais citadas nos impõe novas formas de olhar e de tratar todas as questões que extrapolam dados mensuráveis e palpáveis, igualmente importantes.
Sabe aquele velho ditado que diz que quem está de fora enxerga melhor as coisas? Pois é, de forma bastante simplista é isso, com o adicional de que apenas isso não adianta. É preciso saber como atuar com aquilo que ainda não temos, que é justamente a derivação dessas interações contínuas, mutantes e dinâmicas, assim como o mundo de hoje.
Obrigado pela sua leitura!