Para que se possa conduzir uma empresa de forma sistêmica, algumas competências precisam ser postas em prática, e reconsideradas pela liderança.
Quase sempre que falo sobre ter o ser humano no centro do processo, ouço contestações com o argumento de que as empresas são feitas para gerar lucro, dar resultados, o que obviamente não está errado. “Empresas não estão aí para acomodar a todos, não somos uma clínica de psicólogos”, “Já oferecemos emprego, o que mais querem?”.
Lamento, senhores, mas algumas contestações não fazem sentido, ainda que num primeiro momento sejam lógicas sob certo aspecto, porém elas se desintegram quando considerarmos o cenário no qual vivemos, que traz a incerteza, a vulnerabilidade, a ambiguidade e tudo o mais que o V.U.C.A e/ou o B.A.N.I nos presenteia. Assim, algumas certezas caem por terra, como por exemplo considerar que o líder deve ter sempre a resposta e a certeza absoluta de tudo. Não, não tem nem condições para isso.
Agora imagine que essa dificuldade reverbere dentro da organização. Portanto, é preciso que a comunicação interna seja muito clara, e que os passos a serem seguidos por todos tenham o máximo de coerência, convergência e sinergia, podendo ser revistos e alterados a qualquer momento. E não se alcança essa condição sem que se tenha uma equipe coesa, que compreenda o cenário, suas dificuldades, desafios, e sobretudo aonde a empresa pretende chegar dentro de um determinado período de tempo. Clareza na comunicação é o primeiro mandamento.
Nesta linha, cabe também ao líder orquestrar seu time de maneira que gere energia e motivação em todos, sendo este talvez o ponto crucial de nossa conversa aqui, e que gere mais contestações. Se entendermos que toda a complexidade apresentada acima seja comum a todos, e com o advento da pandemia e do trabalho remoto, a vida pessoal e profissional se fundem de forma muito mais intensa, de maneira de todas as vulnerabilidades ficam mais expostas, independentemente de nosso desejo de expô-las. Entender pessoas e grupos não é “ser bonzinho” com todos, mas sim compreender os principais elementos motivacionais deste universo, para que no alinhamento com as condutas e valores organizacionais a motivação seja impulsionada.
Um time com clareza de cenário e motivado leva a empresa e o líder a um provável caminho de sucesso.
Criar sinergia é o segundo mandamento.
Empresas existem para gerar resultados, e garanti-los é o terceiro mandamento da liderança. Uso de ferramentas, processos, tecnologia e claro a gestão de pessoas são instrumentos que colaboram neste caminho, e que dão indicadores se a empresa está ou não indo para o lado correto, permitindo os eventuais ajustes, conforme comentado acima.
Como exemplo, temos as O.K.R’s como um útil instrumento para a gestão das ações coordenadas, que cria uma conexão entre todos no alcance dos resultados esperados, e ajuda em seu monitoramento contínuo. Mas, nenhuma ferramenta anda sozinha. Ela precisa de mente e corpo para funcionar, que pode ser garantido com o cumprimento dos dois primeiros mandamentos.
Pense sobre isso.
Obrigado pela leitura
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