Motivação X produtividade de um time: Voce sabe identificar?

Os tais times de alta performance. Sempre me pergunto como se define e se constata que um time tem alta performance. Para isso, deve haver um parâmetro, para que seja possível dizer se este time está aquém ou além de uma performance esperada ou desejada.

Muito simplista.

Talvez um indicador, que na realidade não é um indicador numérico (portanto mais difícil de ser utilizado, razão pela qual não o seja mesmo), seja o de identificar o grau de motivação do grupo. Como sabemos, as motivações podem ter duas características básicas, a saber:

  1. Motivação extrínseca

Tem a ver com tudo aquilo que está fora da atividade do indivíduo e que se conecta fundamentalmente com premiação ou punição, o que obviamente demanda por haver a clareza das regras do jogo. É possivelmente o instrumento mais utilizado nas organizações e por suas lideranças. Define-se um código de conduta, define-se metas a serem alcançadas e assim por diante. A questão é o que se faz com isso, e como.

Há empresas em que as pessoas somatizam por estarem perto do período de fechamento (que em alguns casos acontece diariamente) e por sentirem que estão longe dos desafios apresentados por forças externas, como o chefe, a empresa ou os próprios colegas. O não atingimento poderá resultar em segregação, diferenciação diminuta perante os demais, castração.

Em alguns casos o inverso é verdadeiro, quando a recompensa vem. Meu ponto é que normalmente o prêmio dado é fruto daquilo que foi excluído de quem não conseguiu. Mas isso é uma impressão minha, e que reforça a pouca ideia de grupalidade das lideranças, que esbanjam uma baixa competência na visão sistêmica de seu time.

São diversos os mecanismos que funcionam como estímulos para que as pessoas ajam da forma que se pretende, mas neste caso todas se baseiam em recompensas. Já vi muito jogo complicado, muita manipulação com este tipo de estratégia, que inevitavelmente esbarra na cultura da empresa.

  • Motivação intrínseca:

Como o nome sugere, esta motivação é própria do indivíduo. Manifesta-se tanto quanto ele tiver uma identificação com seu meio. Quando ele faz o que gosta, aonde gosta, com um propósito que faça sentido a ele, e assim encontra a combinação entre os valores próprios e os externos. Há fluidez nesta relação, em que as coisas acontecem de forma mais natural, prazerosa e sem desprendimento de energia, inclusive por parte da liderança.

A motivação intrínseca está na própria atividade a ser exercida, sendo ela própria o fator motivacional. Tres fatores importantes neste caso:

  1. Autonomia e liberdade:
    1. Faço porque quero. Faço como desejo;
    1. Competência a aprendizado contínuo
      1. A possibilidade de aprender e de aprimoramento;
    1. Generosidade e participação
      1. Noção de que aquilo que se faz abrange uma parcela da população de forma sustentável, de forma consistente e de valor.

Eu poderia passar o resto do dia escrevendo sobre isso, mas meu interesse aqui é chamar sua atenção, líder, para que reflita se esses elementos estão presentes em sua vida, sua empresa, sua liderança, e na vida profissional de seus colaboradores.

Obrigado pela lembrança!

Leia mais em https://robertocarvalho.net/a-importancia-do-olhar-sistemico/

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