Práticas educativas nas corporações: Só estudar não basta.

Dado o distanciamento do ensino superior da lógica vigente de mercado, surgem escolas, quase todas muito boas, que suprem essa lacuna, trazendo teorias mais “empacotadas” e com aplicação rápida e relativamente fácil.

Penso que uma vantagem dessa abordagem seja a possibilidade de se acessar conteúdos muitas vezes distantes de um povo que tem e teve poucas oportunidades acadêmicas, dado a falência e distanciamento do nosso conhecido sistema de ensino, que insiste em ter uma abordagem quase que exclusivamente conteudista, além dos custos exorbitantes e irreais. As abordagens das novas escolas trazem para mais perto e de forma mais tangível teorias e práticas que podem ser aplicadas de forma rápida e coletiva, e a custos muito menores.

Entretanto, e também em decorrência de nossa realidade, mesmo com essa suposta facilidade no acesso as teorias “empacotadas” há uma evidente dificuldade em se interpretar e de aplicar aquilo que se vê em aula, muito em decorrência das barreiras em se modificar os modelos de gestão atuais. É preciso pensar de forma diferente, quebrar alguns paradigmas e estruturar empresas e equipes de maneira que atendam as demandas do mercado, esse sim alheio a essas barreiras, impondo constantemente estímulos que provocam e pedem por mudanças. O mercado é rei.

Como diz o ditado, na prática a teoria é outra. E é verdade. Temas como diversidade e inclusão e ESG por exemplo são de certa forma palatáveis em sua compreensão, mas de uma quase impossível implementação, dada as barreiras culturais que ainda nos cercam. Em vários casos a jornada termina nas discussões que não compromete a ninguém, pois não se estabelecem práticas que efetivamente permitam a concretização dos temas ali contidos. E assim continuamos numa mesmice.

Evidentemente que existem honrosas exceções, mas em sua maioria estão nas grandes corporações, que tem como seu principal motivador a valorização de suas ações na bolsa, na manutenção e aprimoramento da percepção de valor de suas marcas – o que acho válido, por sinal – e que conseguem concretizar amostras superficiais dessas temáticas, agora recorrentes e visíveis. Poucas são as que assumem um papel protagonista na disseminação das narrativas propostas nos cursos oferecidos em seus ecossistemas, sendo enfim empresas com uma “razão social”.

A possibilidade de estar em contato constante com empresas de diferentes perfis, através da minha atividade de mentoria executiva, me permite trazer de forma segura essa minha percepção, sobre a dificuldade de termos protagonistas nas mudanças pretendidas, pois conteúdo sem prática não garante o aprendizado.

Finalizando, como sugestão, se você ou sua empresa está trilhando o brilhante caminho do conhecimento, considere firmemente a adoção de práticas efetivas, e saiba que todas elas irão exigir uma mudança interna. Será preciso jogar fora parte de suas certezas, manter outras e aprimorar muitas. A mudança começa por nós mesmos, e é uma jornada intensa, muitas vezes dolorosa, mas sempre gratificante.

Sejamos nós a mudança que queremos no mundo!

Obrigado pela leitura.

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