É quase universal: Todos querem um time engajado, para que se possa maximizar resultados da organização. Entende-se por isso resultado financeiro. É evidente que este objetivo deve ser perseguido constantemente, afinal sem resultados financeiros não existe uma empresa.
Mas, saindo do óbvio, vamos olhar rapidamente para o que de fato encontramos no mercado, em sua grande maioria. Percebemos que, especialmente agora com a pandemia e com gestão remota, o engajamento se tornou um mantra, porém os ambientes se contrapõem a esse desejo. Explico: Engajamento é consequência de um conjunto de práticas, e não uma espécie de ordem. Não basta voce bradar “isso aqui é um time” como se fosse uma tropa, não funciona assim.
Engajamento é reflexo do conjunto de valores que são praticados, que dão sustentação àquilo que foi uma vez dito. Ação e discurso devem fazer sentido, pois é na prática que se materializam os valores. Promover uma cultura organizacional aonde de fato tenhamos elementos vivos e pulsantes de empatia, de compartilhamento de metas e objetivos (isso é diferente de imposição), um ambiente que promova o pertencimento, com sensibilidade social e empatia é um grande desafio.
Existem inúmeros estudos e pesquisas ao redor do mundo que tratam deste tema. O Gallup nos traz alguns dados interessantes. Ele afirma, entre vários outros dados que:
- 70% do engajamento é decorrente da qualidade do chefe. Não se sentem compromissados, apenas cumprem o básico;
- 50% do turn-over acontece porque não se suporta mais o chefe;
- 20% rema contra a maré.
Adiciono à lista elementos como tolerância ao erro, (Mais de 30% dos projetos do Google fracassaram), comunicação interna fluida e transparente, alinhamento dos propósitos, ambiente amigável, pressão por resultados sim, mas saber ouvir e compreender o porquê nem sempre são alcançados e uma dádiva.
Liderança é dar exemplo, é ter a coragem de admitir vulnerabilidade e assim criar laços verdadeiros. Penso que nesta nova era, nesta nova economia, a gestão humanizada se sobrepõe às tecnicidades aprendidas por decurso de prazo, ou nos bancos das universidades tradicionais. Assisti a uma excelente aula na Casa do Saber, em que se apontava os quatro C’s, fazendo referência às quatro competências do futuro. São elas:
- Comunicação (Não violenta);
- Criticidade (Pensamento crítico);
- Criatividade;
- Colaboração;
Entendo que esses quatro C’s se somam a primeira parte deste texto, na medida em que são competências que apoiam a construção efetiva de um time. Impulsionar a criatividade por exemplo implica em tolerar o erro, de compreende-lo como parte de um processo, e não torna-lo elemento punitivo ou de constrangimento. Isso não funciona mais, seu resultado não é outro se não a estagnação, o cumprimento de atividades de menor risco, repetitivas e previamente aprovadas. Seu time vai se acuar ou se ancorar em instâncias internas que o protejam, seja em poderes paralelos, seja em discursos e práticas essencialmente burocráticas e de pouco resultado, ou pior ainda na sabotagem deliberada das ações propostas e necessárias.
A boa notícia é que há como se identificar o momento de seu time, como diagnosticá-lo e assim apontar caminhos possíveis para a efetiva criação de um time engajado, comprometido e finalmente trazendo resultados.
Obrigado por sua leitura