Brasil: País de primeiro mundo?

Passei trinta dias na Europa. Sempre observador, adorei a viagem (é claro), aprendi um monte de coisas, vi tantas outras maravilhas e sempre faço um certo paralelo com nosso País.

Somos jovens em relação ao velho continente, e (também) por isso temos um longo caminho pela frente quando comparados a eles. Meu convite é que todos nós, latinos, deixemos de falar tão mal de nossas pátrias e façamos o nosso papel para a mudança que desejamos. O que não nos falta é espaço para isso.

Sim, você anda por lá e vê pouca sujeira na rua. Segurança por onde anda. Trânsito, mas que funciona, pois a grande maioria respeita as leis de trânsito, e por ai vai. Mas isso não pode nos servir como uma base de comparação que nos diminua enquanto cidadãos, ou que justifique os discursos de repulsa que ouvimos a alto e bom som. Somos nós os protagonistas, sempre.

É claro que trago aqui apenas as coisas legais, que nos chamam a atenção e nos agradam. Mas engana-se aquele que imagina que “lá” seja um paraíso. O custo de vida nas grandes cidades vem explodindo, as opções de moradia são cada vez mais escassas e caras, além de ser necessário compartilhar uma casa com várias outras pessoas (a depender da cidade e localização).

Custos de energia, transporte, saúde, educação e moradia são exorbitantes quando comparados ao que temos. Mas sobre isso não ouvimos falar, restando apenas os comentários sobre o primeiro relato. Uma pena.

Todos temos problemas. Não se trata de descobrir quem é melhor ou pior. Trata-se novamente de um comportamento daqueles que tem condições de imprimir uma nova forma de convívio social, que tenha consciência e responsabilidade política, exigindo seus direitos, mas sobretudo dando o exemplo em suas ações.

Presenciei um caso típico dessa controvérsia no aeroporto. Duas pessoas, enquanto esperavam por suas malas na esteira, vindas do exterior, não paravam de falar mal do Brasil, com frases como aquelas do tipo “mas aqui não funciona”, “ah, mas lá……..” e por ai vai. Por sorte ou azar, eu as acompanhei até a rua, quando vi uma delas fumando e jogando sua bituca no chão.  É, realmente “lá” não temos o que temos aqui.

Fica a questão: De qual lado você está? Qual a sua responsabilidade?

Trabalhando com temas como ESG dentro das organizações, assisto discursos inflamados sobre suas vertentes, relevância e urgência, mas assim como diversas outras ondas ou abordagens anteriores, nada mudará se a mudança desejada não tiver respaldo nas ações, e para isso todo e qualquer conceito deve fazer sentido e deve ser interiorizado por todas as pessoas, mesmo aquelas que de alguma forma não tiveram a oportunidade ou de viajar ou de aprender tanto quanto você, caro leitor, teve. E eu também.

Obrigado por sua leitura!

Veja mais em https://robertocarvalho.net/e-s-g-nao-tem-nada-de-inovador-e-pode-ser-sim-oportunista/

Deixe um comentário