Alteridade ou empatia?

Se você ocupa algum cargo ou posição de liderança, talvez sinta que seu maior desafio seja o de lidar com pessoas. (Pessoalmente não sou adepto do termo “gestão de pessoas”).

Saiba que você não está só, e que faz muito sentido se este for o seu caso, afinal a complexidade humana nos escapa do conhecimento há muito tempo. Há muito tempo o homem vem buscando desvendar seus próprios mistérios, e aparentemente temos um longo caminho pela frente.

Entretanto, compartilho com vocês minha humilde experiência com gestores e líderes, que me deram o prazer e a honra de poder trocar algumas idéias a respeito, e em todos os casos o relacionamento humano vem sendo um grande desafio.

Não raro usamos como referência nossa própria história e nosso arcabouço ético, emocional, cultural, acadêmico e por aí vai. O ponto em questão é que essas variáveis fazem parte da nossa história, e que em momento algum compactuam com a história do nosso interlocutor, criando assim uma série de desencontros, frustrações e iniciativas pouco frutíferas na construção positiva com os demais.

Os papéis definidos em nossa sociedade impõem um lugar condicionado ao outro. Quando chamamos alguém de “colaborador” já o enquadramos em um esquema no qual pretendemos que aja de determinada forma, com determinados limites, dados e estipulados por aquele que foi proclamado como “líder”.  Essa condição não é necessariamente consciente, e tem amparo também em nosso código social de relacionamento, como um pacto que admite as diferenciações a partir das titulações dos papéis, como se isso definisse a forma de relacionamento.

Pois bem, para não entrarmos muito nesse campo, e trazendo mais para o lado prático da “gestão” de pessoas, penso que um dos pilares fundamentais para uma melhor conexão seja a intensificação da comunicação, em todas as suas potencialidades, funcionalidade e aplicações, sendo uma delas a alteridade, que é muito mais que um conceito, é uma prática.

Consiste em colocar-se no lugar do outro, entender as angústias do outro e tentar pensar no sofrimento do outro. É também é reconhecer que existem culturas diferentes e que elas merecem respeito em sua integridade. Nesse sentido, o reconhecimento da alteridade é o primeiro passo para construir-se uma grupalidade mais coesa em sua empresa.

Você pode estar pensando que alteridade seja igual a empatia, e não está enganado. A origem da palavra alteridade em latim está na palavra alteritas. O radical alter significa “outro”, enquanto itas remete a “ser”, ou seja, em sua raiz, alteridade significa “ser o outro”. Segundo o dicionário Aurélio, alteridade significa “qualidade do outro ou do que é diferente” e, filosoficamente, “caráter diferente, metafisicamente”.

A palavra empatia advém do grego empatheia, que significa, literalmente, “na paixão”. Assim, caminhar em sentido à paixão, na aplicação da palavra, significa reconhecer no outro, de forma apaixonada (no sentido de reconhecer emocionalmente a existência do outro). Empatia é, então, exercer a alteridade.

Resumo: É preciso cada vez mais investirmos em nosso autoconhecimento, para que sejamos capazes e competentes na relação com o outro, independentemente dos papéis exercidos. Aposte em uma mentoria executiva para apoia-lo(a) !

Você, caro leitor, qual a sua opinião, qual a sua experiência nesta questão?

Veja mais em https://robertocarvalho.net/a-comunicacao-como-um-dos-pilares-da-lideranca/

Deixe um comentário