Em uma agradável conversa que tive hoje, dia 23/02, falamos sobre este movimento nascido nos EUA, em que muita gente vem pedindo pra sair de seus postos de trabalho, e criando sua própria rotina, seu balanceamento entre vida pessoal e desafios profissionais.
Há tempos percebe-se que este equilíbrio não saiu dos discursos ocasionais e oportunos, que junto com os demais modismos acabou por não sair do papel e obviamente não trouxe resultados substanciais, como se vê.
Dai ficou a questão: Por que as empresas em geral levam tanto tempo para responder a uma demanda tão expressiva de mercado? Várias empresas vêm perdendo grandes talentos lá nos Estados Unidos, e esse movimento ganha alguma força fora de lá também, o que pode ser notado já por aqui, quando nos defrontamos com executivos que, exauridos pelo modelo “importado” de gestão, começam a repensar suas vidas e principalmente consideram o empreendedorismo como uma saída para esta encruzilhada.
Será que a aposta das empresas é o de ir até o fim de suas possibilidades, mantendo os olhos fechados para movimentos tão contundentes, e assim apostarem na falência desses movimentos e na perpetuação de seus modelos de gestão, ou porque elas simplesmente não encontraram caminhos alternativos que possibilite atender em parte – se não o todo – das reinvindicações? Ou seria esse movimento mais uma moda de tema a ser discutido infinitamente nos inúmeros centros de Recursos Humanos, gestão, escolas e tal? Ou ainda, seria este um tema que, confrontando-se diretamente com a lógica agora estabelecida exige de seus interlocutores uma força ainda maior, mas ainda assim mais ameaçadora à manutenção de seus postos?
Nesta conversa, identificamos que alguns temas tomam periodicamente os noticiários do meio empresarial. Foi assim com a reengenharia, com a transformação digital, com E.S.G, com a inclusão e a diversidade, saúde mental, mobilidade, etc etc. Mas porque esses movimentos não geram resultados palpáveis e concretos? Porque temos por hábito a amplitude de debates e discussões (todas necessárias, importantes e válidas) sem que, no entanto, sejamos capazes, como sociedade, de imprimir as efetivas mudanças?
Entre várias possibilidades (o tempo de conversa não era tão extenso assim), penso que mudanças deste calibre impactam diretamente com o conjunto de valores de uma organização, e em última análise em seus gestores, o que em várias situações são elementos distantes do conhecimento desses executivos, que ou não dão crédito a esta variável, ou sequer a conhece, tendo a prática vigente muito distante dos discursos proferidos dentro ou fora da empresa, momento em que não se consegue efetivamente pôr em curso mudanças tão críticas e necessárias para nossa sociedade.
É evidente que existem muitas exceções, todas louváveis. Entretanto, não tem se mostrado suficiente, face ao evidente crescimento do movimento.
Processos de mudança são, como o nome já diz, processos. Não se dão por decreto e não se sustentam em mudanças de processos ou mesmo em catequização dos interlocutores, com enxurradas de conteúdos específicos. Eles se dão na prática, com direcionamento, razão, propósito, valores e motivos que darão a devida força e robustez para que ocorram.
Os processos de mentoria executiva podem ser grandes aliados, desde que contribuam para o desenvolvimento do pensamento crítico, de um olhar mais sensível e verdadeiro para aquilo que se faz presente, e que fortaleça o indivíduo na superação dos desafios desta jornada.
É na viagem que se identifica aquilo que insistimos em não ver.
P.S.: Obrigado pela conversa de hoje!
Obrigado pela leitura!
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