Sabemos que o Metaverso chegou. Ainda é um bebê, digamos, mas já mostra sinais do que pode vir por ai. Os impactos vêm sendo discutidos por todos os lados, o que é ótimo, e com isso mais e mais dúvidas pipocam. Interessante como a tecnologia impulsiona a humanidade, de forma cada vez mais evidente. Sempre foi assim, mas me impressiona a intensidade e a abrangência dela em nosso viver.
Talvez uma das propostas do Metaverso seja promover maior inclusão entre as pessoas, já que todos poderão interagir de forma indiscriminada, em praticamente todos os espaços possíveis neste mundo, poderemos “existir” da forma que quisermos, projetando talvez uma identidade pretendida, idealizada e não necessariamente a nossa. Lá tudo será possível? Fica a primeira pergunta.
Se a hipótese de promoção da inclusão proposta se concretizar, como ficaria a contraposição com o que de fato fazemos no mundo real neste sentido? Via de regra, não somos inclusivos, por mais que o tema de diversidade e inclusão venha tomando seu merecido espaço, mas é fato que há um longo caminho pela frente. O Metaverso vai encurtar essa distância?
Outro tema também em evidência, e muito próximo dos anteriores aqui é o “Employee Experience”, ou, em bom português, experiência do colaborador. As movimentações e mudanças no mundo tem resultado em novos padrões de comportamento e do relacionamento humano, o que não exclui e vida profissional versus a pessoal. Pessoas vêm escolhendo com maior critério aonde vão trabalhar. Propósito, alinhamento de valores e outros fatores estão pesando nas escolhas, ao mesmo tempo em que novas competências vêm sendo urgentemente requeridas, com poucas ofertas: A velha e boa regra de mercado, de oferta e procura. Esse fenômeno forçou as empresas a (finalmente) pensar mais na relação que estabelece com seu corpo de colaboradores, abandonando aos poucos modelos de gestão antigo, ditado pela força do capital, para uma relação calcada em valores menos tangíveis como transparência, ética, propósito, colaboração, oportunidades de aprendizado, etc. O Metaverso será um aliado para a promoção de ambientes profissionais mais inclusivos, diverso e multifacetado?
Empresas estão indo para lá com suas marcas, produtos, serviços e atividades das mais diversas, começando a nos apontar um sem fim de oportunidades. Nessa esteira, os padrões de comportamento dos consumidores deverão também se ajustar a uma nova ordem de conduta (é na realidade uma dúvida minha), estabelecendo novas formas de se relacionar entre si e entre as marcas. Sua empresa está igualmente preparada para se ajustar conforme as mudanças ocorrem, ou está esperando para ver qual a melhor forma? (Se é que ela existirá)
A imersão do indivíduo em um ambiente que lhe permita o anonimato me espanta um pouco, confesso. Mas ao mesmo tempo me estimula a continuar acompanhando esse movimento o mais próximo que puder, já que é o que nos resta.
Obrigado pela leitura!
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